Enquanto o mundo recebe assustado com uma notícia inaudita, a Igreja se prepara para assistir a mais um conclave.

Segundo o Código de Direito Canônico, a renúncia do Papa não deve ser aceita por alguma autoridade; ele apenas oficializará a sua demissão (cânon 332 § 2).

Já foi anunciado que, como se esperava, o conclave será celebrado no próximo mês de março. Nas leis da constituição "Universi Dominici Gregis", a eleição do novo Papa deve começar entre 15 e 20 dias após a demissão (ou morte) do Pontífice. São eleitores todos os cardeais com idade inferior a 80 anos a contar desde o dia de "sede vacante". O número de eleitores, a partir do último dia 07 quando da morte do Cardeal Cheli, é de 118, do quais quase a metade foi criada por Bento XVI

Precedem o conclave as Congregações Gerais, reuniões dos Cardeais para decidirem sobre os rumos da Igreja (no que se pode decidir sem um Papa, ou seja, nem tudo) e das quais podem participar os cardeais com mais de 80 anos. Para as decisões menores, o Camerlengo, atualmente Cardeal Bertone, trata com 3 cardeais (um da Ordem diaconal, um da presbiteral e um da episcopal) que são escolhidos a cada 3 dias.

Com a "sede vacante", todos os cargos de Prefeitos das Congregações da Cúria Romana estão vagos, menos o cargo de Camerlengo, de Penitenciário-mor, de Cardeal-vigário para a Cidade de Roma, de Representante Pontifício (Núncio,

Lembramos que só começa o período "sede vacante" a partir do próximo dia 28 fevereiro. Portanto, ainda deve ser mencionado "Bento XVI" nas orações eucarísticas e em todas orações nas quais se faz referência ao Papa eleito.

Na foto, os cardeais eleitores ingressam na Capela Sistina para o conclave de 2005.